terça-feira, 21 de junho de 2011

Destaque junino: Os Filhos de Vitôr

Todos os anos durante o mês de junho o nordeste brasileiro festeja as festas juninas. Nesta festa tão tradicional, não pode faltar sanfona, triângulo, zabumba e muita alegria animados ao som de forró, xote e xaxado. Por falar nisso, os Filhos de Vitôr representam muito bem tudo isso. Desde pequenos, acompanhando o Irmão Vanildo de Pombos, Silvinho e Waltinho rodaram o Nordeste cantando a cultura nordestina. O talento dos então músicos Silvinho e Waltinho, e do cantor e compositor Vanildo de Pombos foram logo reconhecidos.

O cantor e irmão da dupla, Vanildo de Pombos, faleceu aos 48 anos, no dia 26 de Junho de 2008. Vanildo, detentor de um talento invejável, deixou um acervo com mais de trezentas composições e dez discos gravados. Artistas como Genival Lacerda, Adelmário Coelho, Nádia Maia, Alcymar Monteiro, Jorge de Altinho, e as bandas Catuaba com Amendoin e Cavalo de Pau gravaram composição do artista.

Com a morte do irmão, Silvinho e Waltinho, formaram a dupla os Filhos de Vitôr que se tornou conhecida no Nordeste, no Brasil e no exterior. Em 2002 apresentaram-se durante as transmissões da copa do mundo do Japão. Convidados para representar o Brasil numa turnê mundial encantaram platéias nos Estados Unidos da América e Portugal, além disso, realizaram apresentações em Brasília e Salvador. Para orgulho de seus pais, Vitôr e Dona Darci, e dos conterrâneos nordestinos, os Filhos de Vitôr são os únicos artistas residentes no Nordeste a se apresentarem na Broadway (EUA). Este foi o pontapé inicial para o mundo conhecê-los.

Com músicas de composições próprias, suas gravações revelam modernidade, suavidade e muito forró pegado com a essência do ritmo do pé de serra. Além disso, nos shows eles apresentam uma variedade de ritmos como baião, coco, xote e xaxado. Para saber mais, é só participar ou contratar um show. Animação, com certeza, não vai faltar.
Contatos para show: 081) 3325.4878
(081) 9224.8788 ou http://www.osfilhosdevitor.com

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Trabalho infantil ou escravo?

Quando se fala de criança carente, a primeira imagem que se tem é a de meninos e meninas de ruas, pedindo dinheiro em semáforos para sobreviver. Quando não, o pior, menores furtando ou cheirando cola para fugir da dura realidade em que vivem. Todavia, quando mergulham nesta mesma realidade, ela se torna, talvez, ainda pior e fantasmagórica, vez que, o infante vê sua incipiente força de trabalho ser explorada abusivo e desumanamente.


Dados colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta que 20% dos brasileiros já trabalham antes dos dez anos e 65,7% antes dos 15. Além disso, 7,5 milhões de brasileiros com idades entre dez e dezessete anos trabalham, representando 11,6% da mão-de-obra no país. Sendo que 70% dos casos recebem, em média, apenas meio salário mínimo.


Desde 1995, 145 fiscais do Ministério do Trabalho, coordenados pela Secretaria de Fiscalização do Trabalho do referido Ministério, percorrem o país de Norte a Sul para traçar um mapa do trabalho infantil. O relatório fica pronto em agosto. Até agora, estão prontos os mapas das regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste.

No Nordeste brasileiro, as crianças e adolescentes estão presentes em mais de 11 atividades. Destas, a colheita da cana-de-açúcar é a principal atividade onde o trabalho infantil está envolvido. Os Estados do Ceará e Pernambuco, juntamente com o Rio de Janeiro, são os recordistas na exploração de mão-de-obra infantil nos canaviais. Nesta atividade, as crianças cortam a cana, suportam o peso de sacos da planta e correm o risco até de sofrerem mutilação. Ademais, não trabalham menos de dez horas por dia, ficam expostos ao sol e fazem o serviço sem proteção nenhuma.

O mesmo panorama odioso se descortina nos sisais da Bahia; na cultura do fumo em Alagoas; na colheita da uva em Pernambuco e Rio Grande do Norte; nas salinas do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte; nas cerâmicas de Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Maranhão; e nas pedreiras de Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí.

Na região Sul, que ao lado do Sudeste, é considerada a mais rica e desenvolvida, a mão-de-obra infantil é explorada em 21 atividades. Só o Rio Grande do Sul concentra 11 dessas atividades.


As extrações de acácia e ametista no Rio Grande do Sul, pelos menores, são as que mais chocam. As crianças lavam as pedras de ametista com produtos químicos tóxicos sem nenhuma proteção, ficam expostos à fuligem da máquina de lixar a pedra e suportam o peso do minério das minas até o local de beneficiamento. Saliente-se que, nas lixas elas podem até perder o dedo.

Outrossim, a mão-de-obra infantil é usada nas madeireiras de Santa Catarina e Paraná; na produção de cerâmica no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná; nas cristaleiras de Santa Catarina; na construção civil dos centros urbanos do Paraná e Santa Catarina; na indústria moveleira e no curtume dos três estados sulistas.
Na zona urbana dos Estados do Sul, a situação se iguala ao Nordeste — escritórios, comércios e supermercados.

No Centro-Oeste a exploração da força de trabalho infantil é deprimente. Em Goiás, os adolescentes trabalham duro em jornadas diárias que não duram menos que 10 horas na colheita do algodão, do tomate e do alho. Todavia, o que mais impressiona são as olarias e cerâmicas, onde as crianças começam a trabalhar às quatro da manhã e vão até às cinco e meia da tarde. Segundo Eliana Bragança, assistente social que acompanha as pesquisas, nas pequenas e precárias fábricas de cerâmica, adolescentes menores de 14 anos chegam a empurrar carretas com mais de 150 quilos de tijolos sob um terreno irregular. E suportam o calor intenso dos fornos por horas até os tijolos ficarem prontos.

Na zona urbana de Mato Grosso, há crianças catadoras de lixo, que brincam, comem e tiram o sustento do dia, tentando separar o lixo reciclável para vender em outros lugares. Já no Mato Grosso do Sul as carvoarias batem recorde na exploração do trabalho infantil.

A Constituição Federal de 1988 dispõe que é proibido qualquer trabalho a menores de 14 (quatorze) anos, salvo na condição de aprendiz (cf. art. 7º, XXXIII c/c o art. 227, §3º, I). Além do que, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde(...) além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (cf. art. 227, caput, da CF).

A norma constitucional acima é escancaradamente desrespeitada pelos seguintes motivos: 1º- O trabalho infantil é mais barato; 2º- Serve como complemento à renda familiar, muitas vezes, inexistente; 3º- falta de Programas do Poder Público que complementem a renda familiar.

O trabalho precoce de pessoas em desenvolvimento (crianças e adolescentes) é um ácido corrosivo que estrangula as perspectivas de aperfeiçoamento cultural e até mesmo físico desses entes. A sociedade e o Estado precisam despertar imediatamente para esta problemática que desafia, inclusive, o ordenamento jurídico pátrio.

O povo brasileiro precisa ver na criança e adolescente menos um caso de polícia, punição ou privação de liberdade e mais um caso de educação, ajuda e apoio. Precisa, também, desvencilhar-se dessa mentalidade arcaica e amoldar-se aos salutares princípios do Estatuto da Criança e Adolescência. Constata-se, facilmente, que a dificuldade não reside no compreender as idéias novas, mas no abandonar as antigas.
Nessa perspectiva, o Programa Bolsa-Familiar — que consiste em pagar determinado montante à família que tenha seus filhos matriculados na escola pública e com determinada freqüência (implantado em algumas cidades brasileiras: Brasília, Boa Vista) — atende à necessidade de manter a criança na escola e complementar a renda familiar. Além do que, extingue o malfazejo trabalho infantil, tão prejudicial ao futuro do país e de nossas crianças. Desse modo, a própria família tem o máximo interesse em que a criança permaneça na escola.
Auto:João Gaspar Rodrigues

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Trem do Forró realiza sua primeira viagem neste sábado (4).

Uma das grandes atrações do São João de Pernambuco, o Trem do Forró, que completa 21 anos este ano, começa a funcionar no próximo sábado (4). Esta temporada, serão realizadas sete viagens, a inaugural do dia 4 e as demais nos sábados e domingos do mês de junho. A saída da primeira viagem está marcada para as 16h, na frente do bar do Catamarã, no bairro de São José, Zona Central do Recife, e segue rumo ao Cabo de Santo Agostinho, ainda na Região Metropolitana do Recife.

O trem é constituído por dez vagões que levam, por viagem, até cem pessoas, totalizando mil passageiros por dia. Cada vagão possui um serviço de bar e um trio de forró pé de serra. No Cabo, os passageiros podem conferir uma quadrilha junina e uma vila matuta montada ao lado da estação ferroviária central. Barracas de comidas típicas, venda de artesanato e um palco com apresentações culturais também são disponibilizados aos visitantes.

Os ingressos custam R$ 70 para o dia 4 e 11, e R$ 80 para as demais saídas. Dá direito a uma camisa alusiva ao evento, uma pulseira de identificação e um informativo, além da passagem de ida e volta no trem. A compra de ingresso pode ser feita pela Serrambi Turismo, ou pelo site oficial. Não existe meia entrada para estudantes. Crianças a partir de oito anos paga o valor total do ingresso. Para obter mais informações, entre no site oficial do Trem do Forró.
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