domingo, 21 de novembro de 2010

Pouco Durou, Mas Ainda Tem Mais.


Clima festivo e de inspirações. Assim encerra a 2ª Mostra de Arte-educação: Ouve a Voz da Arte. O ambiente sempre lotado trouxe gente de todo lugar: mães de Glória do Goitá; o povo do canavial; gente do litoral; estudantes; professores; diretores; admiradores; artistas de primeira qualidade. Tava todo mundo atento ao que diziam os atores caboclinhos da Geração Futuro.

Foram duas noites de celebração a cultura popular, aos cantos e ritos nordestinos que inspiram formas criativas de transformação e mobilização social, através da arte. O vasto salão se transformou no teatro que a cidade nunca vira. Nos bastidores estavam eles e elas se ajeitando para brilhar em cena. Tudo tinha que ficar do jeitinho que foi acertado durante os seis meses de montagem cênica dos espetáculos.
O repentista Josivaldo Silva de Lagoa de Itaenga abriu o evento com poesia e um talento ímpar, herança do pai, poeta Bio Caboclo. O espetáculo “O Grito da Iara” deu seqüência a mostra. Confusões e soluções da relação do homem com a natureza foram apresentadas pelo grupo Tubira-bá, de Pombos. A peça destaca o equilíbrio que os índios tinham com a natureza e questiona se ainda é possível viver em harmonia com a mesma, sem precisar destruí-la. Enquanto isso o grupo Zum, Zum, Zum Danado se preparava para apresentar o espetáculo de construção coletiva: “O Mistério Debaixo da Cama”. A peça provocou risos e momentos de tensão com o drama vivido por Januário, um jovem rural que foi morar na zona urbana, em busca de oportunidades. Muita coisa se passa quando o jovem adormece, fazendo-o refletir sobre sua indecisão de continuar morando na cidade grande.

No segundo dia foi à vez do grupo Baluarte da Alegria. “Muda Essa Cena” é o nome dado ao espetáculo apresentado pelas meninas de Chã de Alegria, que discutem mídia e educação na história vivida por Mariana, personagem que se envolve com as coisas que ver na tevê. Em seguida o grupo Agora é a Hora, de Glória do Goitá, entrou em cena com o espetáculo “A História Agora é Outra”. A peça apresenta a história de duas lavadeiras que, em meio a lamentações de amor e dor, decidem enfrentar o medo e mudar o rumo de suas histórias.

A platéia se manifestou com pluralidade. No debate, dona Maria de Lourdes, emocionada ao ver sua filha Géssica Taís se apresentar, depôs publicamente sua satisfação e seu orgulho: “É um muito bom ver que minha filha tem esse talento todo. Vejo o quanto a Geração Futuro está contribuindo para formação dela”. Nesse ritual de grandes explosões de sentimentos bons, a 2ª Mostra de Arte-educação: Ouve a Voz da Arte chega ao fim. Mas não acaba por aí. A Mostra segue até o final deste ano, através da circulação dos espetáculos em comunidades e escolas da região da Zona da Mata. Agora será a vez das comunidades cantarem a música campanha da mostra: “Tava esperando tu chegar”!

Fonte:http://www.geracaofuturo.org/